Frente parlamentar defende eleição direta em caso de vacância na Presidência da República

Agência Câmara Notícias - 07/06/2017


Cinco partidos de oposição (PCdoB, PDT, PSB, Psol e PT) lançaram nesta quarta-feira (7) a Frente Parlamentar Mista por Eleições Diretas. Representantes da sociedade civil e alguns parlamentares de partidos da base aliada também participaram do ato.


O objetivo é fortalecer a pressão sobre o Congresso para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 227/16, que prevê eleição direta para presidente e vice-presidente da República no caso de vacância desses cargos, exceto nos últimos seis meses do mandato. A análise da admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania está prevista para terça-feira (13).


No Senado, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania aprovou na última quarta-feira (31), por unanimidade, uma outra proposta que vai na mesma linha. A diferença é que a eleição direta só não ocorreria se a dupla vacância ocorrer no último ano do mandato.


Atualmente, a Constituição prevê eleição direta de presidente e vice-presidente em caso de vacância apenas nos dois primeiros anos do mandato. Nos dois últimos anos, a eleição é indireta, e os nomes são escolhidos em sessão conjunta do Congresso Nacional (513 deputados e 81 senadores).


Mobilização no Brasil
Para o presidente da frente parlamentar, senador João Capiberibe (PSB-AP), a eleição direta é o único caminho para o Brasil resolver a atual crise política e ética. Ele defendeu ampliar a mobilização nos estados e municípios. “Que as assembleias legislativas e câmaras municipais também organizem frentes de luta pelas diretas”, disse.


O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que frente vai ajudar a formar uma consciência na sociedade de que a melhor saída para a crise política é a escolha popular. “O País não vai se acalmar com eleições indiretas. Estou convencido que essa frente vai cumprir um papel fundamental para mobilização para aprovarmos as diretas”, afirmou Guimarães.


Nos últimos dias, shows com o tema reuniram artistas, intelectuais e milhares de pessoas no Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo Guimarães, os atos continuarão em outras cidades do País nos próximos dias.


Crítica à proposta
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), é contrário a mudanças. “Nosso porto seguro tem de ser o caminho dado pela Constituição. Fazer casuística para atender aos interesses de A, de B ou de C é a pior das soluções que pode surgir.” Efraim Filho ainda apontou o custo da eleição presidencial, segundo ele de cerca de R$ 1 bilhão, como outro motivo para não alterar as regras.