Agência Câmara Notícias - 26/06/2017
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, estará nesta terça-feira (27) na Câmara dos Deputados para falar sobre as prioridades da política externa brasileira. A reunião será promovida pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e de Direitos Humanos e Minorias a pedido dos deputados Paulão (PT-AL) e Bruna Furlan (PSDB-SP).
Bruna Furlan quer que o ministro liste quais são os desafios que se apresentam para o Brasil na cena internacional, nos planos regional e extrarregional. A deputada também quer saber o que o Itamaraty está fazendo para o Brasil recuperar seu protagonismo nas grandes decisões, “como por exemplo na crise mundial que produz levas de refugiados em todas as partes do planeta e na governança dos sigilos de dados que trafegam pela internet”.
Nota polêmica
Já o deputado Paulão quer explicações sobre a nota à imprensa divulgada pelo Itamaraty em resposta a críticas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre o uso da força policial no País. A nota, na avaliação do parlamentar, rompe com as tradições diplomáticas do ministério, colocando em risco as boas relações que o Brasil sempre buscou manter com os organismos internacionais das mais diversas áreas.
No dia 24 de maio de 2017, um ato público em Brasília que pedia a renúncia do presidente da República foi interrompido pela ação das forças de segurança do Estado.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos emitiram comunicado conjunto no qual ressaltam que a repressão às manifestações do dia 24 não é um caso isolado e citam dois casos recentes do uso excessivo de força por parte do Estado brasileiro: a chacina de trabalhadores rurais em Pau D´Arco, no Pará; e a remoção forçada de dependentes químicos nas ruas de São Paulo.
No comunicado, os organismos internacionais “demonstram profunda preocupação com a situação dos Direitos Humanos, como um todo, no País”.
Em resposta ao comunicado, o Itamaraty publicou uma nota. “Expressões como ‘leviandade’ e ‘cinicamente’ foram utilizadas para insultar organismos internacionais que agiram estritamente de acordo com suas competências e legitimidade. Em flagrante ato de destemperança, desrespeitando as tradições diplomáticas brasileiras”, critica o deputado Paulão.
A audiência com o ministro será realizada, a partir das 14 horas, em local a definir.