G1 - 02 de fevereiro de 2018
O presidente Michel Temer disse a aliados que, por ele, a reforma da Previdência irá a votação em fevereiro, mesmo diante de um risco de derrota.
Na avaliação do Planalto, é preciso "enfrentar" o tema e mostrar a posição de cada um em relação à medida, considerada pelo governo como essencial para a volta do crescimento sustentável no país.
"Ele disse há pouco, em uma reunião, que tem de votar em fevereiro, que temos de enfrentar essa pauta, mostrar que o governo quer aprovar a reforma", afirmou o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP).
Segundo assessores, a disposição do Palácio do Planalto é votar mesmo com risco de derrota, porque é preciso "virar essa página".
Na avaliação palaciana, o ideal é mesmo votar a reforma e não simplesmente deixar de enfrentar a votação porque a base aliada não quis.
O governo sabe, porém, que quem decide se o tema irá para a pauta é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem dito que só colocará a reforma em votação se tiver segurança de que há chances de aprovar a medida.
Beto Mansur reconhece que o governo ainda não tem todos os votos necessários para aprovar o texto, mas disse que o presidente ainda não entregou os pontos.
"Ele quer aprovar, quer votar mesmo em fevereiro, e fará uma ofensiva nos próximos dias para tentar convencer deputados", afirmou o vice-líder.
Na avaliação de assessores do governo, uma parcela da base aliada torce para que o governo desista da votação porque essa seria a melhor solução para eles.
Neste cenário, não correriam o risco de se desgastar junto à sua base eleitoral e também não poderiam ser apontados como "irresponsáveis" do ponto de vista fiscal por terem votado contra a proposta.