Agência Brasil - 06/02/2019
A aprovação das reformas estruturais, principalmente a da Previdência Social, abre caminho para a redução dos juros básicos da economia no médio prazo. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em nota, a entidade informou que a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 6,5% ao ano não surpreendeu. Isso porque o comportamento dos preços indica que a inflação oficial vai fechar o ano abaixo do centro da meta, de 4,25%.
Segundo o comunicado, a estabilidade do dólar e a lenta recuperação da economia também contribuíram para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
A nota da CNI destaca ainda que, somente com mudanças estruturais na economia, os juros podem voltar a ser reduzidos para estimular os investimentos das empresas e o consumo das famílias. A confederação defende políticas que diminuam o gasto público e promovam a recuperação econômica sustentável.
Fiesp, FecomercioSP e Força Sindical
Ao comentar a manutenção da Selic em6,5% ao ano, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) cobrou a redução do custo do crédito para as empresas e famílias. "Vamos completar um ano com a Selic em seu patamar histórico mais baixo, porém o custo do crédito para as empresas e famílias continua bastante elevado, e o cheque especial, em particular, continua acima de 300% ao ano”, diz nota da entidade.
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a decisão do Banco Central foi correta. “A medida é totalmente justificada para o momento, apesar de a inflação se mostrar mais controlada do que o previsto; o câmbio, um pouco mais valorizado; e de haver boas perspectivas para aprovação de reformas”.
A Força Sindical, porém, afirma que a manutenção da Selic em 6,5% não ajuda a combater de forma eficaz o desemprego. “A taxa Selic continua extremamente proibitiva e, mais uma vez, o Brasil, em razão do excessivo conservadorismo daqueles que dirigem a economia do país, deixa escapar a oportunidade de apostar todas as suas fichas no setor produtivo”, diz nota da entidade.
Firjan: decisão acertada
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) considerou acertada a decisão do Copom, que manteve a taxa básica de juros em 6,50% ao ano.
“O quadro econômico brasileiro permanece inalterado: baixo crescimento, elevado desemprego e inflação dentro das metas estabelecidas”, afirma nota da Firjan, que ressalta o papel relevante da agenda de reformas no desempenho da economia neste e nos próximos anos.
“A reforma da Previdência é especialmente necessária ao equilíbrio das contas públicas e à retomada do crescimento com inflação e juros baixos”, conclui a nota.