O vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), convocou para esta quarta-feira (7) uma reunião, que será realizada na Câmara dos Deputados, com representantes de servidores públicos e congressistas. Na ocasião, o petista apresentará propostas para modificar o texto da reforma da Previdência.
Ontem, o senador gerou outra crise interna no PT ao afirmar que votará contra a taxação dos inativos que recebem acima de R$ 1.058. O líder do partido no Senado, Tião Viana (AC), reagiu dizendo que Paim havia comentado que só trataria do assunto dentro da bancada do PT, mas que há dois meses ele não participa das reuniões e está atraído ?pelos holofotes?. Já o presidente da legenda, José Genoíno, foi mais diplomático ao afirmar que o senador estava apenas levantando o debate sobre o assunto. Genoíno, no entanto, disse que vai conversar com Paim porque ele não poderá votar contra a cobrança de contribuição dos aposentados.
Além de discordar do item mais polêmico da reforma previdenciária, Paim também afirmou que o atropelo nas discussões não vai ajudar e que a aprovação da reforma deve ficar para 2004. A declaração do senador é contrária a tese do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que no ano que vem a tramitação das reformas pode ficar prejudicada por ser um ano eleitoral.
O Congresso, porém, já dá sinais de que as propostas serão agilizadas este ano mesmo. Os presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), acertaram a autoconvocação para que o debate não perca o pique durante o recesso, como ocorreu no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O trabalho de julho vai custar ao governo R$ 15,1 milhões em extras para parlamentares e servidores.