Carros de som, bandeiras, faixas e o anseio pela defesa de seus direitos foram às armas utilizadas pelos manifestantes. Os protestos visaram, principalmente, contra a privatização da Previdência, o aumento do tempo de serviço para os servidores, o fim das regras de transição prevista na Emenda Constitucional nº 20, de 1998 e a taxação dos inativos. O carro de som do Movimento em defesa da Previdência fez tanto barulho que chegou a ofuscar o carro de som da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
"" align="alignnone" width="400" caption=""]O presidente Luiz Inácio Lula da Silva percebendo a importância e a repercussão da manifestação resolveu receber representantes dos servidores públicos no Palácio do Planalto. O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, o da Previdência e Assistência Social, Ricardo Berzoini, e o da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, receberam uma comissão com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), dos trabalhadores da educação e dos servidores públicos federais. Ao final do encontro, os representantes anunciaram que o governo está disposto a negociar. Mas, de acordo com o vice-presidente da Andes (Associação Nacional dos Servidores), José Domingues Godoy Filho, haverá no dia 14 uma plenária que deliberará sobre uma possível paralisação de todo Serviço Público.
Apesar de o governo mostrar uma aparente disposição para o diálogo, o presidente do partido, José Genoíno, afirmou que o governo não aceitará a proposta de reforma previdenciária que os servidores querem. ?Essa manifestação é um conflito democrático temos que administrá-la sem stress. A Previdência não pode continuar do jeito que está. O país não suportará a reforma que os servidores querem. Eles (os servidores) não podem barrar essa reforma, a bancada vai negociar do ponto de vista do governo?.
Parlamentares do PT
Ontem, o PT por intermédio do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, tentou barrar a participação dos parlamentares que apóiam os servidores públicos na manifestação contra a reforma previdenciária. Hoje, durante reunião da bancada, o partido percebeu que não tinha como evitar o envolvimento de alguns petistas.
Um grupo de dez parlamentares seguiu a pé para a manifestação, com a intenção de comunicar aos servidores que o partido está à disposição para negociar. Entre os parlamentares estavam a senadora Heloísa Helena, o líder na Câmara, deputado Nelson Pellegrino e o deputado federal ?Babá?.
A senadora Heloísa Helena ao discursar foi amplamente aplaudida, reiterando sua posição contrária à reforma e taxando o FMI de ?gigolô?. ?Essa reforma só atende aos gigolôs do FMI?, afirmou a senadora.
Outro petista que discursou foi o líder do partido. Pelegrino foi veementemente vaiado ao defender a reforma. Enquanto o líder discursava, os manifestantes atiraram cerveja e pedaços de papel.
Os deputados Ivan Valente (SP), Chico Alencar (RJ) e Maninha (DF) também compareceram a manifestação e declararam apoio a luta dos servidores.
COMEMORAÇÃO ? Em comemoração ao empenho dos colegas que vieram a Brasília o SINDTTEN promoveu um almoço na Churrascaria do Lago, mostrando o profundo agradecimento.