Desde o início do governo Lula, a questão da remuneração dos cargos e carreiras do núcleo estratégico do governo tem sido pautada com preocupação. Foi questionado o fato do Estado estar perdendo seus quadros mais qualificados para a iniciativa privada em função da baixa remuneração destes em relação à importância e complexidade das atribuições exercidas. Em um momento de alta competitividade entre empresas privadas, nacionais e multinacionais, profissionais treinados e com grande experiência, principalmente nas áreas jurídica, fiscal, econômica e financeira, são mão-de-obra super valorizadas no mercado de trabalho. Este é um problema que o governo deve buscar resolver com a máxima urgência sob o risco de comprometer, cada vez mais, a sua capacidade de prestar com o mínimo de eficiência os serviços essenciais à sociedade e ao Estado.
Essa mesma preocupação parece não permear a administração da Receita Federal. Na verdade parece ser uma ação estratégica do seu planejamento. Talvez a perda
de quadro qualificado do cargo de técnico da Receita Federal, o não preenchimento das vagas e a desistência dos candidatos aprovados produzam um frenesi àqueles que administram o órgão pensando, unicamente, na manutenção do sistema de casta fiscal. Enquanto essa mentalidade continuar vigorando, tanto na administração quanto entre a representação da sua categoria, o destino de ambos vai ser virar as costas para a realidade social e se dedicar, única e exclusivamente, a tentar deter o avanço dos técnicos da Receita Federal numa guerra fratricida
sustentada por uma lógica imbecil.
Cabe a nós nos unirmos a justa preocupação demonstrada pelo governo e defendermos a manutenção de um quadro profissional da maior qualidade possível dentro da Receita Federal, combatendo a atual política de descaso com essa área dentro do órgão. A luta por uma relação remuneratória digna e pelo exercício pleno das atribuições do órgão pelos técnicos da Receita Federal é uma bandeira histórica do Sindireceita que deve ser ostentada por todos como essencial para a sociedade e para o Estado brasileiro. Da mesma forma que conseguimos, com muita luta, estabelecer o caráter de essencial ao Estado para a administração tributária na Constituição e garantirmos, no Estatuto do Desarmamento, o porte de arma para todos os membros da carreira de Auditoria da Receita Federal temos que lutar, com todas as forças, para fazer com que a mentalidade segregacionista seja extirpada da administração e o técnico da Receita Federal venha a assumir o papel que o bom senso exige e seja valorizado como merece.
Representantes da DEN se reúnem com o deputado Federal Tarcísio Zimmermann