Editorial

Não se pode pilotar um veículo e levá-lo a bom destino se o veículo não for tão bom quanto o piloto. Isto é, um bom governo precisa de Estado forte, de uma máquina administrativa que responda a altura às complexas exigências do cenário globalizado em que nos inserimos hoje e que esteja apta a atuar no resgate da enorme dívida social resultante de uma carga tributária de primeiro mundo conjugada a serviços públicos de inominável falta de qualidade. O Estado Democrático Brasileiro de que falamos e defendemos é aquele concebido como instrumento de construção de uma sociedade em que a convivência e a cooperação entre os cidadãos resulte no benefício de todos. Em que se distribua a riqueza produzida em sociedade entre os seus indivíduos, equalizando e reduzindo as diferenças materiais a patamares socialmente justos  onde o conhecimento, a produção e a experiência acumulada por gerações sejam matéria-prima socialmente compartilhada possibilitando a cada um desenvolver ao máximo o seu potencial político, moral, intelectual e técnico.

Sabemos que para alcançar esses objetivos, o primeiro passo é a estruturação de um núcleo estratégico de governo formado por servidores concursados com qualificação superior, especializado para o exercício das atividades de caráter exclusivo de Estado e implementador das políticas estratégicas para a nação brasileira. Sem isso, a sociedade estará sujeita aos vícios e malefícios do patrimonialismo, que assalta a coisa pública da corrupção, que destrói a confiança no Estado do fisiologismo, que privilegia os apaniguados de governos inserindo a incompetência no seio do Estado e propiciando a negociata de cargos como instrumento de barganha política.

Esse Movimento visa separar a máquina pública, patrimônio da nação brasileira e agente legítima das ações do Estado, dos interesses momentâneos de governos e garantir o cumprimento dos preceitos constitucionais encerrados nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.