Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não ter anunciado oficialmente o nome de Valdir Simão como o novo secretário da Receita Federal, a saída dele da presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde está atualmente, já é dada como certa. O novo presidente do INSS deve ser Luiz Henrique Fanan, atual diretor de atendimento, segundo apurou a Agência Estado.
A demora na divulgação da troca de comando na Receita vem ocorrendo porque Mantega procura contornar a resistência de alguns superintendentes regionais ao nome de Simão, auditor de carreira da antiga Secretaria de Receitas Previdenciárias, fundida à Receita Federal.
Na quarta-feira, o secretário interino da Receita, Otacílio Cartaxo, do grupo da ex-secretária Lina Maria Vieira, esteve com alguns superintendentes. O próprio ministro recebeu, segundo a assessoria de imprensa, o superintendente da 6ª Região, de Minas Gerais, Eugênio Celso Gonçalves. O Ministério da Fazenda já solicitou à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) um levantamento da vida profissional de Simão para certificar-se de que não há denúncias contra ele.
O imbróglio já dura 21 dias e expõe a falta de habilidade do ministro em conduzir o processo. Essa é avaliação de integrantes do governo. Uma fonte considerou "absurdo" o ministro estar nas mãos de alguns superintendentes. "Se fosse esperto, anunciaria o nome do novo secretário da Receita e a demissão desses caras, tudo junto."
Mantega demitiu Lina em 9 de julho, mas a saída só foi confirmada seis dias depois de a notícia ter vazado para a imprensa. Durante esses dias, Lina ficou no cargo, articulando a rebelião dos superintendentes e preparando seu discurso de saída. Como o Ministério da Fazenda não explicou oficialmente as razões da demissão, Lina deu várias entrevistas nas quais atribuía sua substituição ao fato de ter apertado a fiscalização de grandes contribuintes.
Nos bastidores, fontes do governo afirmam que a demissão teve dois motivos principais: a avaliação de que a gestão do órgão não estava sendo bem conduzida e o fato de Lina ter batido de frente com Mantega em algumas discussões internas. Ela substituiu Jorge Rachid justamente porque o ministro queria alguém que não colocasse empecilhos à política econômica. Durante toda a gestão de Lina, de 11 meses, comentava-se no governo que quem comandava o órgão era Nelson Machado, secretário executivo do Ministério da Fazenda. Foi Machado quem indicou Lina e, apesar dos problemas com a ex-secretária, também indicou Simão para substituí-la. (Informações do jornal Estado de São Paulo)
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