A categoria decidiu, em AGNU, estender a paralisação até o dia 22 de agosto. A decisão de manter o movimento foi de 88,18% dos presentes na Assembléia Nacional. A enorme disposição de lutar que os Técnicos têm demonstrado enche-nos de orgulho e é objeto de admiração e referência por outras categorias. As paralisações que realizamos até aqui surtiram bastante efeito e estão provando para todos, principalmente para aqueles que tinham dúvida ou maldosamente nos rotulavam como ?secundários? ou meros ?auxiliares?, o grau de importância e o papel que desempenhamos dentro da Receita Federal. Todos os dias recebemos mensagens de pessoas e empresas pedindo o término do nosso movimento por prejudicar serviços como o atendimento nas CAC´s e a liberação de mercadorias na zona primária. Até aqui a mobilização nas bases vem ganhando força. O nível de insatisfação só fez crescer ultimamente e deve aumentar ainda mais agora que chegou o dia 15. Data prevista para que o texto da MP 258/2005 entre em vigor, iniciando o processo efetivo de fusão do fisco.
Esse desagrado não é recente. Há muitos anos reivindicamos uma solução para a falta de reconhecimento do espaço que ocupamos na Instituição. Até hoje, todos que ocuparam e ocupam postos de comando na Receita Federal tiveram conhecimento desta situação e do quão séria ela é. Em várias oportunidades, o nosso Sindicato deu ciência e pediu providências por parte da Administração do Órgão. Sempre agimos com responsabilidade, cautela e muita paciência.
No entanto, ao invés de ter como retorno uma perspectiva clara e definitiva de solução para estes problemas, recebemos agora um modelo de unificação e reestruturação de cargos que, caso seja aprovado, perpetuará e acentuará ainda mais a injusta posição que vivemos hoje. Disto não temos dúvida. Por estes motivos, não podemos mais esperar. Aguardar, muito provavelmente, resultará em um decreto de extinção da nossa categoria a médio ou longo prazo, materializado pela conversão do texto original da MP 258 em Lei sem alterações. Continuamos abertos ao diálogo com a Administração do Órgão, e em todas as vezes que estivemos reunidos com o Secretário Rachid, explicamos claramente e com detalhes a nossa proposta e bandeira principal de luta, que é a implementação de uma carreira ARF de verdade, com um cargo único. Nestas oportunidades, mostramos vontade e disposição para se chegar a um consenso, mas reiteramos a convicção de que o cargo único é a melhor solução para os problemas citados.
Não admitimos ser taxados de oportunistas, irresponsáveis ou inconseqüentes! Este Sindicato, sempre que possível, buscou a convergência de interesses com a Administração do Órgão. Em vários momentos estivemos juntos na luta por uma Receita Federal mais forte e com servidores valorizados. Nestes momentos, deixamos de lado as questões específicas da nossa categoria para lutar por uma melhoria coletiva. No entanto chegamos a um ponto em que o movimento grevista tornou-se inevitável. Nossa mobilização não é resultado de senso de oportunismo, e sim de senso de sobrevivência e indignação com as injustiças históricas acumuladas ao longo da nossa história. Fatos absurdos como a perda da RAV 8X, em 1995, e a inserção do termo ?auxiliar? na MP 1915, em 1999, são exemplos destas injustiças.
CHEGA DE INJUSTIÇAS E ASSÉDIO MORAL! AUXILIAR, NEM PENSAR! O momento é de união e força, o nosso futuro está ameaçado, portanto, TODOS AO MOVIMENTO! Não temamos represálias e cortes de ponto. Greve envolve riscos e sacrifícios, mas temos um Sindicato forte e atuante para dar todo o suporte possível.