Independente do resultado que virá no Senado, até a data limite da perda da eficácia da MP 258 (próximo dia 18), a categoria pode ter a plena certeza de que houve avanços. Analisemos as duas hipóteses mais prováveis:
Em um primeiro cenário, a MP passa no Senado exatamente como foi enviada pela Câmara. Nesse caso, os pontos positivos alcançados até agora ficam resguardados. Ainda que ressaltemos que há ainda muito mais para evoluir, no caminho da adequação das competências legalmente atribuídas ao cargo à realidade de sua importância para a Instituição, de acordo com as atividades efetivamente desempenhadas, ninguém está cogitando, sequer de longe, afirmar que estamos plenamente satisfeitos, e que abandonaremos nossa reivindicação maior que é pela instituição de uma carreira de verdade. Toda carreira tem começo, meio e fim. A nossa, na configuração atual, termina no meio. Com tudo isso, seria insensatez desprezar o que já foi alcançado na votação da Câmara dos Deputados, por menor que alguém possa entender.
Em uma segunda hipótese, a MP perde a eficácia pelo decurso de prazo. Nesse caso, não há rigorosamente perda dos trabalhos de convencimento realizados junto à sociedade, à mídia, ao Executivo e ao Congresso Nacional. Nossa questão, a cada dia, fica mais clara. Hoje, a esmagadora maioria de nossos interlocutores já tem a clareza necessária a entender a justiça de nossas reivindicações por uma estrutura de carreira corretamente definida, com todas as atribuições efetivamente realizadas estabelecidas em lei, e com todos os elementos para dar aos seus integrantes os estímulos necessários para buscarem constante aprimoramento profissional, excelência dos serviços realizados e fortalecimento da Instituição. Tudo isso com relevantes resultados de interesse público. O Governo investiu pesado no projeto da "Super-Receita". Nessa eventualidade (de perda de eficácia da MP 258), com certeza, tentará de novo. Seria inimaginável que desperdiçasse os investimentos efetuados. Então, nessa situação, apenas iremos continuar a trilhar o que necessariamente já faz parte de nossos projetos de aprimoramento contínuo de nossas condições de trabalho. E isso independente de estar em cena as discussões sobre a "Super-Receita", ou não. Nossas questões são bem anteriores e transcendem essa matéria.
Ou seja: em um cenário ou em outro não poderemos esmorecer. Nossa caminhada é constante. Isso não quer dizer que não vá tomar outro rumo, a partir do término da votação da MP 258/2005. A tendência, então, é a de sugerirmos o fim da paralisação, a partir do dia 19 de novembro. A mobilização vai, de qualquer modo, continuar. Precisamos estar permanentemente atuando, nos locais de trabalho, nas posturas individuais, fortalecendo nossa luta. O comportamento individual é importantíssimo. As demonstrações de força, ou de fraqueza, de um só integrante da categoria irão repercutir positiva ou negativamente para todos. Devemos tomar como lema que as agressões injustas, de qualquer natureza, que qualquer membro da categoria sofra sejam sempre objeto de repúdio de todos os outros. Os eventuais agressores devem ter a constante noção de que, se fizerem o mal contra um, terão de se ver com todos. Assim, a categoria terá melhores condições de neutralizar as "forças" contrárias a nossa evolução. Isso vai ser sempre importante enquanto dividirmos uma carreira com quem deseja nossa estagnação em uma condição inferior.
Vejamos como estavam as atribuições originalmente na MP 258/2005 e como ficou o parecer do relator: