A funcionalidade, os benefícios, os reflexos e desafios da inovação tecnológica na Receita Federal do Brasil (RFB) foram discutidos entre Analistas-Tributários e a Analista-Tributária chefe da Divisão de Administração da Informação na Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação (Disad/Cotec) do órgão, Danielle Carvalho Barbosa, em palestra realizada na tarde desta sexta-feira, dia 21, na 3ª edição da Plenária Nacional Aduaneira dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (RFB), realizada nos dias 20 e 21 de setembro no Teatro do Brasília Shopping, em Brasília.
Os Analistas-Tributários participantes do evento apresentaram questionamentos sobre os assuntos tratados pela palestrante, no que se refere às atividades aduaneiras. Danielle Barbosa é responsável por atividades, como modelagem e compartilhamento de dados, bancos de dados da RFB, Business Intelligence (BI), convênios e Mapeamento de Processos de Tecnologia da Informação (TI). Atualmente, a chefe da divisão também é responsável pelo projeto de computação cognitiva, que tem caráter estratégico para a Receita Federal e recebeu no ano passado o prêmio Noé Winkler.
Em sua explanação, Danielle Barbosa destacou que todos os processos de trabalho na RFB dependem da tecnologia e que os profissionais envolvidos em todos esses processos precisam se apropriar do conhecimento para o bom desempenho das funções para as quais são contratados. Ela apresentou a evolução da Receita Federal no gerenciamento de dados e os processos adotados pelo órgão, inclusive em computação cognitiva. A Analista-Tributária destacou a automatização de alguns processos e abordou também a substituição dos recursos humanos pelos algoritmos e os benefícios que os servidores podem extrair deste processo de inovação. “Só para se ter ideia, as consultas estão em média 114 vezes mais rápidas, chegando a ser 548 vezes mais rápidas em alguns casos e isso é fruto de trabalho humano e sistemas inteligentes que vieram para ficar. Gosto de citar a autora Martha Gabriel que diz o seguinte: você só será substituído por um robô se agir como um robô” observou.
De acordo com a chefe da Disad, a Receita Federal conta atualmente com cerca de 500 sistemas, 120 mil Pontos de Função (PF) homologados por ano, 250 mil PF em estoque e três grandes prestadores de serviço, sendo eles o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e a Fábrica de Software.
A Analista-Tributária explicou o Modelo de Desenvolvimento Interno (MDI) da Receita Federal; o projeto Receita Data (Data Lake), e o projeto de computação cognitiva da Cotec, que envolve o uso de máquinas que processam linguagem natural, geram hipóteses baseadas em evidências, contam com aprendizado de máquina e possuem grande volume de dados não estruturados.
Danielle Barbosa relatou que a Cotec passou a utilizar, a partir de 2017, um sistema de computação cognitiva. A ideia surgiu após a servidora ter contato com o sistema Watson, desenvolvido pela empresa estadunidense International Business Machines (IBM).
A chefe da Disad enfatizou o convite aos Analistas-Tributários presentes para refletirem sobre os reflexos da inovação tecnológica na Receita Federal e sobre o futuro dos profissionais que trabalham no órgão. “A inovação tecnológica nos levam a mudar a nossa forma de trabalhar, somos feitos para pensar, para trabalhos intelectuais e não executar tarefas mecânicas. Temos que estar receptivos à mudança, ter uma boa gestão íntima de mudança. Todavia, a Receita também precisa investir em capacitação de mudança”, alertou. A ATRFB conclui alertando que os servidores que ainda não estão preparados devem se preparar para essas inovações tecnológicas.