"O sistema de metas de inflação está em vigor há 12 anos e contempla esse tipo de situação. O foco é 4,5%. No entanto, um desvio decorrente de um choque imprevisível é possível de ser acomodado", afirmou o diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton Araújo. Açoitado pelo aumento dos preços das commodities (produtos com cotação internacional) e dos alimentos, o Banco Central jogou a toalha. Pela primeira vez, deixou claro que abandonou, em 2011, a meta central de 4,5%, estabelecida para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao detalhar o Relatório de Inflação do primeiro trimestre do ano, o diretor de Política Econômica admitiu que o trabalho do BC este ano consistirá apenas em acomodar os choques externos, buscando evitar que a carestia fuja do controle e se afaste muito do alvo desejado. O retorno da inflação aos 4,5%, porém, só será possível em 2012.