Personalidade
Cleide Maria Cazé dos Santos
Quem nunca ouviu a expressão "saber aproveitar a vida"? Pois, a personalidade desta edição encontrou uma fórmula. Ela é Cleide Cazé, que em julho deste ano completará 11 anos de aposentadoria. E o que ela mais gosta de fazer? Desfrutar da companhia do marido, que também é aposentado, do netinho de cinco anos, de viajar, passear, ir ao cinema, à praia, ao shopping e, sempre que tem oportunidade, fazer um curso para reciclar o conhecimento. Logo que se aposentou, fez cursos de francês, espanhol, História de Arte e Guia de Turismo.
Cleide Cazé tem convicção de que aposentou-se com a auto-estima e o alto-astral lá em cima. Ela relata com entusiasmo que os colegas de repartição não lhe davam crédito quando dizia que iria se aposentar com 25 anos de serviço. "Quando completei os 25 anos dei entrada na aposentadoria. Entrei na sala e avisei ao pessoal - olha aqui (balançando a documentação), dei a entrada - os colegas nem acreditaram!", revela. E foi bem rápido, porque num dia normal de trabalho, ainda no setor de arrecadação da Delegacia da Receita Federal (DRF), em Salvador, ela recebeu o telefonema do Recursos Humanos avisando que a Portaria concedendo a aposentadoria havia sido publicada. No mesmo instante Cleide pegou um apito da gaveta e saiu apitando pelos corredores da DRF e, sem muita cerimônia, foi embora para casa, afinal já estava aposentada. "Ao contrário de muitos colegas, nunca me lamentei da aposentadoria", justifica. E a comemoração, em clima de festa, com os amigos e colegas, aconteceu dias depois em um restaurante da capital baiana.
A trajetória profissional no serviço público da colega Cleide começou no Ministério da Saúde, na antiga SUCAM. "Naquela época havia a redistribuição dos servidores e por sugestão do meu marido, que é aposentado do Ministério do Trabalho, em 1981 solicitei minha remoção para o Ministério da Fazenda", relembra. Naquele tempo a família morava em Juazeiro-BA e, assim que a redistribuição foi autorizada, Cleide foi trabalhar em Petrolina-PE. De segunda a sexta-feira, ela percorria a ponte de aproximadamente 800 metros que separa os dois municípios. E foi assim por muitos anos. "Nesse período fiz a prova interna em Recife e passei para o cargo de TAT- Técnico de Atividades Tributárias", destaca.
Em 1988, a família foi morar em Salvador e de imediato Cleide Cazé sentiu as mudanças na sua rotina de trabalho. "Em 89 foi um ano muito difícil. Eu estava em crise, por conta da mudança no meu ritmo e volume de trabalho, afinal sai de Petrolina para Salvador, mas se não fossem as boas amizades e os ótimos chefes que me orientavam para ter calma e dar tempo ao tempo, não sei o que teria acontecido", desabafa. E com jeitinho tudo foi se harmonizando, o casal de filhos também foi se adaptando à nova cidade e ela conquistou o seu espaço.
Na atividade sindical Cleide Cazé assumiu em 2007 o cargo de Secretária de Assuntos Jurídicos da delegacia sindical de Salvador. "Quando cheguei em Salvador não era muito atuante, mas nunca deixei de participar das assembléias e dos movimentos puxados pelo Sindicato", conta. Ela aprova todas as conquistas da categoria, especialmente a atuação do Sindireceita na última campanha salarial. "Nossa carreira é sofrida, enfrentamos muitas barreiras, mas o Sindireceita precisa estar mais forte e mais unido para enfrentar os desafios, porque a luta continua", acredita.