"Pirata: Tô fora" ganha adesões em todo País
Novas iniciativas surgem a cada dia e campanha do Sindireceita amplia debate sobre os efeitos da pirataria no Brasil
Lançada há quase dois anos, a campanha "Pirata: tô fora. Só uso original!" desencadeou reações em todo o País. Nesse período, a direção do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), responsável pela Campanha, recebeu mais de 500 solicitações para uso da marca, produção de materiais e participação em ações de conscientização da sociedade. A cada dia, aumenta a mobilização de educadores, empresários e até de representantes de multinacionais e entidades de classe interessados em atuar no combate à pirataria no Brasil.
A campanha também foi parar na TV. Desde o início de setembro, a Rede Globo transmite, para todo o País, filmes antipirataria, produzidos pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP), com o apoio do Sindireceita. São cinco vídeos, veiculados em espaço destinado a serviços de interesse público, que ficam no ar pelos próximos seis meses. Dois deles trazem o médico Maurício Wanjngarten, do INCOR, que fala sobre os riscos no consumo de produtos de limpeza, medicamentos, óculos, perfumes, cosméticos e brinquedos piratas. Os outros três filmes são estrelados pelo ator Gustavo Leão, o adolescente Mateus da novela Paraíso Tropical, e os assuntos são a pirataria de computadores, os suprimentos, os Cds, os DVDs e os "downloads" sem autorização realizados na Internet. Nos vídeos, Gustavo Leão usa uma camiseta com a marca da Campanha.
O diretor de Assuntos Parlamentares do Sindireceita e um dos coordenadores da Campanha, Rodrigo Thompson, destaca que todas as iniciativas revelam a disposição do Sindicato em continuar o investimento nas ações educativas. "Acreditamos muito no esforço de conscientização. Conseguimos uma abertura importante com esse trabalho. O debate nacional sobre a pirataria foi ampliado e novos temas puderam ser tratados , como a necessidade de fortalecimento de órgãos como a Receita Federal", destaca.
O presidente do FNCP, Alexandre Cruz, espera que a campanha na TV ajude a conscientizar a população sobre os riscos à saúde causados pelo uso de produtos piratas. "Também buscamos esclarecer que o problema da pirataria não é tão simples quanto se imagina. Além da questão da saúde, existem os prejuízos causados ao Governo, que perde arrecadação, às empresas, que deixam de contratar , etc. São reflexos sentidos diretamente pelo cidadão que adquire o produto pirata", afirmou.
Juntamente com a campanha na TV, o FNCP tem agendado seminários para agentes públicos, que ocorrerão até o final do ano. Cruz acrescenta que, paralelamente aos anúncios na TV, o Fórum também tem buscado incluir o debate sobre a pirataria em telejornais, programas infantis e em emissoras de rádio. De acordo com ele, a divulgação da campanha televisiva já trouxe os primeiros resultados. Segundo Cruz, houve um aumento considerável nas ligações para o disque-denúncia do Fórum. "Esperamos também que as empresas e o governo desenvolvam ações de combate à pirataria. Nossa expectativa é fazer com que a sociedade se sensibilize com o tema e realmente trabalhe contra esse mal", finalizou.
Espaço político
A exposição promovida pela campanha também tem contribuído para ampliar as discussões no meio político. O presidente do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira, tem participado de audiências públicas em vários estados. Antenor foi ao Espírito Santo, para uma audiência promovida pela Assembléia Legislativa do Estado e falou sobre as ações do Sindireceita e sobre a Campanha. Recentemente, ele também foi convidado para uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o alcance e os problemas que poderiam surgir com a publicação da Medida Provisória 380/2007, a chamada "MP dos Sacoleiros". Paulo Antenor também compareceu à cerimônia de relançamento da Frente Parlamentar de Combate à Pirataria e Sonegação Fiscal da Câmara dos Deputados. O Sindireceita também marcou presença no lançamento da Campanha "Exército do Emprego", promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e que busca combater a pirataria, a falsificação e o subfaturamento.
Paulo Antenor destaca ainda a parceria com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria, do Ministério da Justiça, cujo surgimento, em 2004, representou um marco na história das ações nacionais antipirataria e que, segundo ele, realiza um brilhante trabalho. O último relatório de atividades do CNCP mais uma vez incluiu a campanha "Pirata: tô fora. Só uso Original!" entre as principais ações educativas em andamento no Brasil. "Para nós, é muito gratificante ter a oportunidade de informar sobre o papel desempenhado pela nossa instituição e pelos Analistas-Tributários. A sociedade deve valorizar mais o trabalho de órgãos como a Receita Federal. Isso é importante para o País", destacou Paulo Antenor. Para ele, as iniciativas que surgiram após o lançamento da campanha ainda não são suficientes para vencer a guerra contra a pirataria: é preciso ampliar ainda mais o trabalho e os debates sobre o tema. "Conseguimos, juntamente com todos esses parceiros, começar a despertar a sociedade para a gravidade do problema. Porém, é preciso prosseguir e ampliar as frentes de combate", ressaltou.