A presidenta do Sindireceita disse que a mobilização demonstrou ao Governo a união dos servidores
O Sindireceita juntamente com outros 31 sindicatos de todo o país se reuniram na manhã desta quarta-feira, dia 28 de março, em Brasília, para uma grande marcha em busca de definição de uma política salarial permanente, reposição inflacionária, alteração da data base, valorização do salário e incorporação das gratificações para as categorias. Além disso, a manifestação reivindicou ainda a rejeição de Projetos de Leis Complementares (PLC) que subtraem direitos dos servidores públicos, como o PLC 2/2012, que cria a Fundação de Previdência Complementar e privatiza a aposentadoria.
A marcha, que faz parte da Campanha Salarial Unificada para 2012 e é formada por 31 entidades que compõem o Fórum Nacional dos Servidores Federais, mobilizou cerca de 6 mil servidores públicos de todo o Brasil. Segundo a presidenta do Sindireceita, Sílvia Felismino, a ideia era promover um grande ato, com mobilização nas ruas da capital do país para pressionar o Governo, entretanto, o Planejamento já afirmou que não irá conceder reajuste linear ao funcionalismo federal e terá dificuldades em atender os outros pontos da pauta unificada dos servidores públicos federais.
Diante das negativas do Governo em negociar a reposição das perdas salariais para 2012, a presidenta do Sindireceita afirma que a mobilização demonstrará a união dos servidores. “A unificação das reivindicações servirá para enfrentar a política de reajuste zero. A marcha servirá como alerta ao Governo, demonstrando o fortalecimento do movimento e da unidade de ação para a conquista das demandas”, disse.
Caso nenhum avanço seja conquistado, as entidades devem avaliar com os servidores de suas base a necessidade de se iniciar uma greve geral. Mas, o Sindireceita espera uma evolução das mesas de negociação. “Almejamos por um diálogo positivo com o Governo e torcemos para que as negociações resultem em melhorias urgentes para os servidores. Nossa expectativa é de que, finalmente, o tão merecido reajuste saia do papel”, afirmou Sílvia Felismino.
Definições
Porém, o diálogo com o governo trouxe pouquíssimas novidades mostrando que os servidores devem continuar apostando em mobilizações.
Em uma coletiva com a imprensa sindical, o secretário afirmou que a possibilidade de atendimento de demandas ainda em 2012 é remota. Disse ainda que neste momento é muito difícil atender também uma política salarial com data-base – já que a proposta está condicionada a regulamentação da negociação coletiva e implantação do sistema de negociação permanente – e descartou ainda a possibilidade de conceder reajuste emergencial de 22,08% aos servidores.
Mendonça informou que o Governo antecipou o fechamento de um acordo, fixando a data limite para 31 de julho - a data anteriormente prevista era 31 de agosto. O secretário disse ainda que, nesse período, pretende priorizar as negociações setoriais, mas sem deixar de atender as demandas gerais dos servidores. “A intenção do governo é tratar das questões relacionadas às carreiras, salários, e outros, em discussões setoriais. Pretendemos dar uma reposta até 31 de julho, não necessariamente para atender um ou outro ponto específico, mas para ver se teremos espaço para avançar em algo”, adiantou.
O secretário relatou que, neste momento, o governo se dispõe a negociar o pacote de benefícios, mas com possibilidade de impacto em parte para 2013 e outra para 2014.
Uma nova reunião com as 31 entidades foi agendada para o dia 24 de abril, às 10h. Um dia antes, portanto, do Dia Nacional de Lutas que acontecerá no dia 25 de abril em todo Brasil com 24 horas de paralisação geral.
Na oportunidade, o Sindireceita foi representado pela presidenta, Sílvia Felismino, e pelo diretor de Assuntos Parlamentares, Hélio Bernades.