Avaliação de Conjuntura e Indicativo

A proposta de reajuste salarial apresentada aos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil e ao conjunto dos servidores incluídos nas carreiras típicas de Estado mostra-se aquém do merecidamente reivindicado por nossa categoria. Veja o Indicativo 


Utilizando-se de estratégia de guerra, o Governo altera, no último momento, o padrão inicialmente divulgado de reajuste diferenciado, passando a oferecer um único percentual de reajuste para todos.


Numa perfeita demonstração de autoritarismo, mostra sua força com ameaça de corte de ponto dos servidores engajados em movimento paredista; busca e efetivamente consegue, junto ao poder judiciário, declarar a ilegalidade de muitas greves; põe a mídia contra os servidores; enfim, nos empurra contra a parede, colocando-nos em xeque.


Ao longo dos últimos quatro anos nossa remuneração vem sendo corroída pela inflação e o índice de reajuste proposto de 15,8%, dividido em três parcelas a partir de janeiro de 2013 e em 2014 e 2015, não repõe as perdas nem, sequer, assegura a manutenção do nosso poder aquisitivo. Ao final do período de três anos de vigência do acordo os salários da categoria serão reajustados em:


- 2013 - Início da Carreira - R$ 400 (bruto) e R$ 258 (líquido) * a partir de janeiro de 2013 
- 2013 - Final da Carreira - R$ 579 (bruto) e R$ 374 (líquido) *a partir de janeiro de 2013


- 2014 - Início da Carreira - R$ 820 (bruto) e R$ 529 (líquido)
- 2014 - Final da Carreira - R$ 1.188 (bruto) e R$ 767 (líquido)


 - 2015 - Início da Carreira - R$ 1.263 (bruto) e R$ 815,00 (líquido)
- 2015 - Final da Carreira - R$ 1.832 (bruto) e R$ 1.180 (líquido)  


Mesmo assim o governo insiste em querer “amarrar” nossas mãos pelos próximos três anos. Período em que o Brasil sediará a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo em 2014 e, no mesmo, a Eleição Geral.


Diante de tal quadro pergunta-se: o que fazer? Que decisão tomar? Aceitar ou rejeitar a proposta apresentada?


O cenário nos tem demonstrado que as categorias que decidiram acirrar o embate com o Governo não lograram, pelo menos até o momento, o êxito perseguido. Como já comentado acima, quem tem logrado êxito é o Estado na sua austera demonstração de poder e força.


Diante de tudo isso, temos que decidir pela opção menos prejudicial. Precisamos fazer um exercício de análise de riscos e perspectivas que podem surgir desse complicado processo.


Nossa categoria vem, ao longo de sua história, trilhando o caminho em busca da conquista da dignidade do cargo de Analista-Tributário, dignidade esta que se sustenta em quatro pilares: REMUNERAÇÃO, ATRIBUIÇÃO, REQUISITO DE INVESTIDURA, QUANTIDADE DE EFETIVOS.


Já temos em mãos o pilar do “requisito de investidura” (nível superior), iniciamos a conquista da melhoria quantitativa de nosso efetivo (foram abertas para o próximo concurso 750 vagas para ATRFB, contra apenas 200 para AFRFB), nos restando as conquistas “atribuições” e “remuneração”.


No tocante à remuneração, não podemos correr o risco de piorar o que já não está tão bom. Quanto à atribuição, não podemos colocar por terra o que já vem sendo construído.


É nesse panorama que devemos decidir os rumos que a categoria deve tomar diante da proposta salarial ora apresentada, sem olvidarmos uma perspectiva mais ampla, que contemple todo o histórico de luta da categoria e, principalmente, nosso rol de conquistas sem nos deixarmos abater e nos mantendo mobilizados.


Este é o cenário que temos pela frente. É neste contexto político, econômico e social que a categoria deve decidir se aceita ou não a proposta de aumento de 15,8%, dividido em três parcelas de pouco mais de 5% ao ano até 2015. A base é e será sempre soberana, cabendo à Direção Executiva Nacional do Sindireceita acatar as decisões deliberadas pelos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil.


No intuito de facilitar essa tomada de decisão, abaixo segue quadro comparativo das prováveis consequências que cada uma das opções pode nos trazer.


 


Sem título


Veja aqui o Indicativo