A Analista-Tributária Maria Sueli representou a Comissão de Mulheres do Sindireceita em palestra promovida pelo Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de São José dos Pinhais/PR nesta terça-feira (25), em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra, Caribenha e Latino-Americana. A palestrante Sara Brown, é integrante do Grupo de Estudos em Educação para as Relações Étnico-Raciais (ErêYá) do NEABI da Universidade Federal do Acre (Ufac) e do grupo "As Blacks: uma sobe e puxa a outra"!
Sara Brown destacou em sua palestra a importância de valorizar e promover a diversidade e a representatividade das mulheres negras. Além disso, a palestra trouxe um olhar essencial sobre as vivências da mulher negra, sendo ainda uma oportunidade valiosa para expandir os horizontes de homens e mulheres contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa para todos e todas.
Durante a palestra, foram destacados três nomes de personalidades femininas brasileiras que são exemplo de luta contra a discriminação racial e de gênero:
Tereza de Benguela - viveu durante o século XVIII na região do Vale do Guaporé, no Mato Grosso. Depois da morte de seu companheiro, José Piolho, se tornou a rainha do Quilombo Quariterê, e foi responsável por mais de 100 pessoas entre negros e indígenas. Seu reinado durou mais de vinte anos e suas habilidades estratégicas iam desde a organização econômica até a estrutura política do quilombo, que ficou conhecido por ter assumido uma espécie de parlamento. Sua figura é um símbolo da representatividade e da luta da mulher negra na sociedade.
Enedina Alvez Marques - filha de lavrador e empregada doméstica, Enedina é a primeira engenheira civil negra do estado do Paraná e também no Brasil. Ela formou em 1945, na Universidade Federal de Curitiba (UFPR). Em 13 de janeiro de 2023, quando completaria 110 anos, a paranaense foi homenageada pelo Google, pois foi uma mulher preta, pobre, filha de escravos libertos que sobreviveu em uma turma com homens brancos da elite.
Yaguna Dalzira Maria Aparecida - Resistência é o termo que melhor define a trajetória da mineira Dalzira Maria Aparecida, a Iyagunã Dalzira, como é conhecida no Candomblé, ou Yá. Iyagunã Dalzira iniciou os estudos regulares aos 47 anos, no programa de Educação de Jovens e Adultos, o EJA. Aos 63, iniciou o curso de Relações Internacionais. Aos 72, defendeu seu mestrado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, com uma dissertação sobre os saberes do Candomblé na contemporaneidade. Em setembro de 2022, aos 81 anos, Iyagunã Dalzira defendeu sua tese de doutorado: “Professoras negras: gênero, raça, religiões de matriz africana e neopentecostais na educação pública”.