Pola Ribeiro
Com mais de 30 anos de experiência na área audiovisual e cerca de 40 filmes produzidos, o cineasta Pola Ribeiro assumirá em breve a Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura (Minc).
A convite do ministro Juca Ferreira, Pola substitui João Batista da Silva, que ocupava o cargo interinamente após a saída do cineasta Leopoldo Nunes. Com a missão de retomar a atuação da secretaria na área do audiovisual, ele trabalhará em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e também será responsável por áreas ligadas à comunicação, TV pública, festivais e produção de conteúdo.
A confirmação de Ribeiro encerra as especulações da classe cinematográfica em torno do nome que assumiria a SAV dentro da gestão de Juca Ferreira. Um dos nomes mais cotados para o cargo, e que contava com o apoio de produtores e diretores nas redes sociais, era o da jornalista e produtora cultural Carla Francine, ex-Coordenadora de Cinema e vídeo da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco.
O novo secretário deve trabalhar com o foco na cultura, mantendo o diálogo constante com a Ancine, que continuará a ser presidida por Manoel Rangel, que tem mandato até 2016. Na busca do necessário equilíbrio entre o mercado e a cultura, Rangel e Pola juntarão esforços para a redução da burocracia, considerado por produtores, distribuidores e criadores como o principal entrave no caminho do crescimento da atividade. Além disso, Pola explica que pretende dar continuidade aos projetos da secretaria e sua atuação nacional.
A essa nova composição entre o MinC e a Ancine somam-se as ações que estão ocorrendo nos dois polos principais do mercado audiovisual brasileiro, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Na capital carioca a empresa municipal Riofilme está em processo de reestruturação, após recente diminuição de recursos decidida pelo prefeito Eduardo Paes e as manifestações do movimento Rio. Em São Paulo a atmosfera é de otimismo e celebração com a instalação de uma empresa municipal audiovisual, a SP Cine, organizada durante a gestão do atual ministro Juca Ferreira como Secretário Municipal de Cultura da maior e mais influente cidade da América Latina.
Perfil
Baiano da capital, Ribeiro é graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia, e mestre em Gestão Social pela Escola de Administração da UFBA. Começou a produzir e dirigir filmes ainda nos anos 1970, primeiro como curta-metragista, até chegar aos longas, como “Axé do acarajé” (2006), documentário sobre oficio das baianas que vendem as iguarias, e “Jardim das folhas sagradas” (2011), sobre conflitos religiosos e preconceito racial. É produtor de “Eu me lembro”, de Edgar Navarro, vencedor do Festival de Brasília de 2005.
Pola Ribeiro tem uma forte atuação como cineclubista desde o inicio da sua carreira como cineasta. Atuou junto à Federação Baiana de Cineclubes, ao Conselho Nacional de Cineclubes e, atualmente, à União de Cineclubes da Bahia. Além disso, o produtor tem sido grande parceiro do Sindireceita Salvador/BA em suas campanhas. Pela responsabilidade fiscal do retorno do dinheiro público a quem é de direito, Pola Ribeiro participou da Conferencia Livre de Controle Social da Administração Tributária realizada, em 2012, em Salvador. Em 2014, o cineastra participou também do jantar realizado pela DS Salvador, quando foi discutido o fortalecimento da Aduana. Com sua tônica de atuação pela busca do acesso aos filmes brasileiros e baianos ao grande público das periferias e do interior do estado, Pola Ribeiro se aproximou do Sindireceita pela responsabilidade fiscal do não favorecimento da pirataria.
Como gestor público, atuou como presidente e vice-presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais; ocupou a mesa do Conselho Consultivo da Secretaria Nacional do Audiovisual do Ministério da Cultura, do Conselho Superior de Cinema e do Conselho Estadual de Comunicação. Após as eleições do ano passado, estava se preparando para retomar as atividades de produtor quando começou a ser sondado por Juca de Oliveira.
