Os reflexos da inovação tecnológica da Receita Federal do Brasil (RFB) foram discutidos em palestra ministrada pela Analista-Tributária chefe da Divisão de Administração da Informação na Coordenação–Geral de Tecnologia da Informação (Disad/Cotec) do órgão, Danielle Carvalho Barbosa, na tarde desta terça-feira, dia 21, durante a XV Assembleia Geral Nacional (AGN) do Sindireceita. Após a explanação, os Analistas-Tributários participantes do evento apresentaram questionamentos sobre os assuntos tratados pela palestrante. A XV AGN ocorreu em Recife/PE, até o dia 24 de agosto.
Na Disad, Danielle Barbosa é responsável por atividades, como modelagem e compartilhamento de dados, bancos de dados da RFB, Business Intelligence (BI), convênios e Mapeamento de Processos de Tecnologia da Informação (TI). Atualmente, a chefe da divisão também é responsável pelo projeto de computação cognitiva, que tem caráter estratégico para a Receita Federal.
Em sua explanação, Barbosa destacou que todos os processos de trabalho na RFB dependem da tecnologia em alguma medida e esclareceu a diferença entre automatização e inovação tecnológica. “Há uma concepção errada de que automatizar o que fazemos atualmente é inovação tecnológica. A inovação tecnológica é muito mais que isso, porque muda a forma como você trabalha por meio da tecnologia. A inovação tecnológica é o grande desafio que temos hoje, não apenas na Cotec, mas para todos nós. Todos aqui podem ser agentes de mudança em relação à inovação tecnológica ”, disse.
De acordo com a chefe da Disad, a Receita Federal conta atualmente com cerca de 500 sistemas, 120 mil Pontos de Função (PF) homologados por ano, 250 mil PF em estoque e três grandes prestadores de serviço, sendo eles o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e a Fábrica de Software. Quanto aos processos de inovação tecnológica, segundo Barbosa, a RFB conta com iniciativas da área de negócios do Fisco e as iniciativas que partem da Cotec.
A Analista-Tributária também esclareceu à plenária sobre a importância da implementação de diversas mudanças na Cotec, ocorridas a partir do ano de 2014, entre elas: a publicação da Portaria RFB 1796/2014, que dispõe sobre o Modelo de Desenvolvimento Interno (MDI) do órgão; o projeto Receita Data (Data Lake), e o projeto de computação cognitiva da Cotec, que envolve o uso de máquinas que processam linguagem natural, geram hipóteses baseadas em evidências, contam com aprendizado de máquina e possuem grande volume de dados não estruturados.
Danielle Barbosa relatou que a Cotec passou a utilizar, a partir de 2017, um sistema de computação cognitiva. A ideia surgiu após a servidora ter contato com o sistema Watson, desenvolvido pela empresa estadunidense International Business Machines (IBM). “Estamos conseguindo resultados interessantes e isso vai mudar a forma de trabalhar na Receita Federal”, comentou.
Ao final de sua explanação, a chefe da Disad convidou os Analistas-Tributários presentes a refletirem sobre os reflexos da inovação tecnológica na Receita Federal do Brasil e sobre o futuro do órgão. Para Barbosa, os servidores não devem temer a inovação tecnológica. “Os reflexos são a mudança na forma de trabalho, atividades e processos de trabalho extintos, necessidade de se investir em capacitação e mudanças na seleção de novos servidores. Quando a gente fala de inovação tecnológica, a gente tem dois comportamentos possíveis: lutar contra ela, que eu não acho que seja a melhor alternativa, pois o mundo lá fora, o mercado e o contribuinte vão mudar; ou entrar no barco, abraçar a causa e querer participar de alguma forma dessas mudanças que estão acontecendo”, concluiu Danielle Barbosa.