A eleição do atual Governo representou um sopro de esperança para os servidores públicos federais. A categoria que era tida como um fardo pelos governos anteriores, voltou a sorrir com a perspectiva de poder ter negociações verdadeiras com os interlocutores do, então, recém criado Ministério da Gestão e Inovação (MGI), a nomeação de acadêmicos renomados e sindicalistas históricos para postos estratégicos na nova estrutura indicava a aurora de novos tempos.

Infelizmente a luz dourada dessa manhã foi dissipada por uma névoa que se mostra cada vez mais densa. A esperança de negociações nas quais demandas históricas de cada categoria seriam ouvidas e debatidas com o novo Governo cederam lugar a intransigência onde um dos lados usa de seu poder estatal para impor sua vontade e o medo volta à mesa dos servidores federais.

A mesa que deveria ser de negociação transmutou-se em mesa de imposição. Ao invés de esperança, os servidores têm agora medo. Medo de não conseguir suprir as necessidades mais básicas de suas famílias. Os custos crescentes com alimentação, saúde, educação e mesmo laser não têm contrapartida nas tabelas salariais empurradas goela abaixo nas mesas especificas do MGI.

As amplas negociações prometidas são resumidas a tabelas salariais sequer capazes de minimamente repor as perdas sofridas pelos servidores federais nos últimos sete anos. O medo do lugar aonde um poder de compra decrescente pode levar, coloca os servidores na senda do desalento.

Nesse cenário de reversão de expectativas o recurso derradeiro para se fazer ouvir é o movimento grevista. O servidores vinculados à Fenasps corajosamente ousaram contrapor-se à cartilha do MGI e o Ministério, que também deveria ser da Inovação, recorre ao recurso retrógrado e autoritário do corte de ponto para calar as vozes dos colegas.

O Sindireceita, legítimo representante dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil se solidariza com os colegas da áreas de Saúde, Trabalho, Emprego, Previdência, Assistência Social e Vigilância Sanitária; ladeando outras entidades lançamos nosso grito exigindo que instâncias superiores do Governo interrompam essa tentativa de violência financeira gestada pelo MGI e perpetrada pelos diretores de pessoal dos órgão vinculantes.

Ao mirar nos servidores protegidos pela Fenasps, o Governo atinge a todos os servidores.
E pluribus unum!

Diretoria Executiva Nacional do Sindireceita