Sindireceita discute Bônus de Eficiência em reunião com representantes da CNI

Sindireceita discute Bônus de Eficiência em reunião com representantes da CNI


Representantes do Sindireceita participaram na manhã da última quinta-feira, dia 6, de reunião junto a representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na sede do órgão, em Brasília/DF. No encontro, os representantes do Sindicato ressaltaram a importância do Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade Tributária e Aduaneira como instrumento de gestão e mecanismo, que permitirá melhorias na estrutura e atividades realizadas pela Receita Federal do Brasil (RFB).


O Bônus de Eficiência integra a Medida Provisória  765/2016. A base de cálculo da gratificação será composta pelo valor total arrecadado pelas fontes do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF).


 



O gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, destacou que há preocupação no setor produtivo relacionada às fontes de arrecadação que possibilitarão a implementação do Bônus. “Existe uma preocupação no setor produtivo de que o Bônus de Eficiência seja um incentivo à aplicação de mais multas”, afirmou.


De acordo com o diretor de Estudos Técnicos do Sindireceita, Eduardo Schettino, o valor da gratificação é estável e a principal fonte que permite a existência do FUNDAF são as multas por atraso e o descumprimento da obrigação principal. Schettino defendeu a importância do Bônus de Eficiência e da retomada do FUNDAF como fundo de gestão da RFB para que sejam implementadas melhorias no órgão. “Todos os indicadores do Bônus de Eficiência traduzem-se em benefícios diretos à sociedade, e o FUNDAF é historicamente ligado à nossa atividade. Quando tínhamos acesso ao FUNDAF, não faltava recursos para mantermos as nossas agências e delegacias. Em determinado momento, o governo pegou o FUNDAF e jogou para o Tesouro, e a Receita Federal começou a ser sucateada. O sentido é retomar o FUNDAF como um fundo de gestão de recursos humanos e outros recursos da Receita Federal”, explicou.



O advogado e membro da Diretoria Jurídica da CNI, Fabiano Lima, destacou que a MP 765/2016 não integra, a princípio, o conjunto de Medidas Provisórias analisadas prioritariamente pela CNI. Acerca do Bônus de Eficiência, ele ressaltou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgar a constitucionalidade da vinculação de multas tributárias arrecadadas para o pagamento de adicional de produtividade aos servidores públicos da área tributária.


A matéria é tema do Recurso Extraordinário (RE) 835291 acerca da Lei Estadual 1052/2002, de Rondônia, que prevê o pagamento de Adicional de Produtividade Fiscal aos servidores da Carreira de Tributação, Arrecadação e Fiscalização do estado. “Há um bônus de produtividade semelhante em Rondônia, que foi instituído. Houve uma ação direta no Tribunal de Justiça de Rondônia, que foi julgada e validou o bônus para os auditores de Rondônia. Na decisão, que qualificou esse tema com Repercussão Geral, o ministro Ricardo Lewandowski citou, inclusive, a MP 765. Essa sinalização pode indicar um freio no campo Legislativo. Há plano B para isso?”, questionou Lima.



O diretor de Comunicação do Sindireceita, Odair Ambrosio, ressaltou que a Diretoria Executiva Nacional (DEN) do Sindireceita está ciente dos impactos que o julgamento da ação pode vir a causar. Entretanto, de acordo com o diretor, a gratificação estabelecida aos fiscais de Rondônia é distinta da gratificação prevista na MP 765/2016. “Temos ciência do problema que essa ação no STF pode nos causar. Mas existe uma diferença do modelo que é usado em Rondônia, que foi questionado pelo Ministério Público do estado, para o modelo adotado pela Receita Federal. Em Rondônia, a multa arrecadada pelo fiscal reflete diretamente na remuneração dele. O modelo adotado na MP 765 é diferente: a multa abastece o FUNDAF e parte do fundo paga a gratificação”, avaliou Odair Ambrosio.


Participação


O Sindireceita esteve representado na reunião pelos diretores Moisés Hoyos (Assuntos Aduaneiros), Odair Ambrosio (Comunicação), Eduardo Schettino (Estudos Técnicos) e pelo delegado sindical em Divinópolis/MG e membro do Grupo de Trabalho Técnico (GTT) do Sindicato, André Luiz Fernandes.


Pela CNI participaram da reunião o especialista em Políticas e Indústria, Mário Sérgio Carraro Telles, o gerente-executivo de Política Econômica, Flávio Castelo Branco, o gerente-executivo adjunto de Assuntos Legislativos, Godofredo Franco Diniz, o advogado Fabiano Lima (Diretoria Jurídica) e os membros da Gerência de Política Econômica, Juliana Lucena e Diego Mambrin.